Pneumoconioses

As pneumoconioses são doenças pulmonares causadas pela inalação crônica de poeiras, fumos ou vapores contendo substâncias tóxicas. Essas substâncias podem se acumular nos pulmões e causar danos ao tecido pulmonar, levando a sintomas como falta de ar, tosse crônica, cansaço e até mesmo insuficiência respiratória.

Define-se pneumoconioses para fins de notificação à Saúde, casos de pneumopatias relacionadas à inalação de poeiras em ambientes de trabalho. O termo designa genericamente todas as doenças pulmonares parenquimatosas causadas por inalação de poeiras independente do processo fisiopatogênico envolvido.

As pneumoconioses incluem várias doenças diferentes, como a silicose (causada pela inalação de sílica), a asbestose (causada pela inalação de amianto), a pneumoconiose dos trabalhadores do carvão (causada pela inalação de poeira de carvão), a bissinose (causada pela inalação de poeira de algodão), as pneumonites por hipersensibilidades (alveolite alérgica extrínseca por exposição a penas, fungos, peles e fezes de animais) entre outras.

As alterações neoplásicas, as reações de vias aéreas, como asma e bronquite ocupacionais, e o enfisema são excluídos da definição de pneumoconioses.

Para atingir as vias respiratórias inferiores as partículas inaladas devem ter a mediana do diâmetro aerodinâmico inferior a 10um, pois acima deste tamanho são retidas nas vias aéreas superiores.

A inalação repetida dá início ao processo inflamatório, que, cronificado e/ou em quantidade, supera as defesas, acarretando alterações pulmonares. Normalmente possuem um longo período de evolução para doenças crônicas, graves e incuráveis.

As reações pulmonares dependem das características físico-química do aerossol, da dose, da presença de outras poeiras, doenças pulmonares prévias e tabagismo.

Os sintomas diferenciam-se de acordo com o tipo de poeira existente no ambiente de trabalho, que podem ser fibrogênicas ou não.

Em pneumoconioses não fibrogênicas o sintoma respiratório mais comum é a dispneia aos esforços.

Em pneumoconioses fibrogênicas os sintomas respiratórios dependerão do tipo de fibra envolvida:

a) silicose: variam conforme fase aguda ou crônica e inclui sintomas como dispneia aos esforços, tosse e fibrose. Na fase aguda, a evolução é rápida e pode ser letal.

b) pneumoconiose dos trabalhadores de carvão: assintomático nas fases iniciais, pode ocorrer fibrose maciça progressiva.

c) asbestose: dispneia aos esforços, tosse seca que pode evoluir para dispneia ao repouso, hipoxemia e cor pulmonale; alterações pleuras com ou sem calcificações, derrame pleural, atelectasia redonda e por estrias fibrosas pleuroparenquimatosas.

d) pneumoconioses por abrasivos.

e) pneumoconioses por metais duros: fadiga, dispneia precoce, tosse seca, dor, constrição torácica e outros sintomas constitucionais; com a progressão da doença pode aparecer febre e perda de peso.

f) pneumopatia por berílio: dor torácica, tosse, fadiga, perda de peso e artralgias, podendo cursar com adenopatias, lesões de pele, hepatoesplenomegalia e baqueteamento digital.

g) pneumonite por hipersensibilidade: febre, tosse e dispneia na fase aguda; dispneia aos esforços e tosse seca na fase crônica.

Para todas as pneumoconioses existe indicação obrigatória de afastamento da fonte de exposição que a causou. O tratamento também envolve uso de medicamentos para aliviar os sintomas e melhorar a função pulmonar.

A prevenção é a melhor forma de evitar as pneumoconioses, por isso é importante adotar medidas de segurança no ambiente de trabalho. A principal medida de prevenção de pneumoconioses é o controle de situações de risco inalatório na geração e disseminação de aerossóis nos ambientes de trabalho. O controle de emissão de névoas e poeiras se estende ao meio ambiente de modo a evitar dados à saúde da população vizinha aos estabelecimentos empregadores.

Dentre as medidas de controle destacam-se: aspersão de névoas de água nos pontos de produção de poeira, com sistema exaustão localizada; ventilação geral; umidificação do ambiente de trabalho para evitar o levantamento secundário de poeira já sedimentada; enclausuramento do processo produtor de poeiras; substituição de matérias-primas e/ou produtos.

A proteção respiratória individual deve ser utilizada em operações em que as medidas de proteção respiratória coletivas são insuficientes para o controle de exposição inalatória.

Os casos diagnosticados devem ser notificados:

  • Ao SUS, na Ficha de Notificação do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação); e
  • À Previdência Social, por meio da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).

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