Blast injury

Chama-se de explosão um mecanismo produzido pela transformação química de determinadas substâncias que, de forma violenta e brusca, produz uma quantidade excessiva de gases com capacidade de causar danos à vida ou à saúde de um ou de vários indivíduos.

As lesões produzidas por esses artefatos podem ser por ação mecânica, provenientes do material que compõe o artefato e dos escombros que atingem as vítimas, e por ação da onda explosiva, decorrentes das ondas de pressão e sucção, que compõem a chamada síndrome explosiva ou blast injury.

As lesões provocadas pela ação mecânica da explosão estão representadas por ferimentos, mutilações e fraturas, os quais são produzidos quase exclusivamente pelos escombros das estruturas atingidas.

A blast injury é um conjunto de manifestações violentas e produzida pela expansão gasosa de uma explosão potente, acompanhada de uma onda de pressão ou de choque que se desloca brusca e rapidamente em uma velocidade muito grande, a pouca distância da vítima e, mais grave, em locais fechados. No blast, a alteração mais simples é a comoção labiríntica (surdez passageira) e a lesão mais comum é o blast auditivo, a rotura linear da metade anterior do tímpano (bilateral, em geral).

O blast é estudado em níveis de acordo com a maior ou menor proximidade das vítimas com o evento danoso, bem como através dos fragmentos decorrentes da explosão ou ainda dos efeitos que podem surgir conforme o corpo seja projetado por esta, em primário, secundário e terciário.

A necropsia das vítimas da blast injury, em casos nos quais houve apenas a ação da onda explosiva, pode não mostrar nenhuma lesão externa e tão só lesões internas, caracterizadas pelos danos graves em órgãos internos, principalmente pulmões, estômago, intestinos, baço, rins e fígado.

Na maioria das vezes, sem contar com o seu uso bélico, ela é de origem acidental, mas pode ter como etiologia o homicídio e mais raramente o suicídio.

Em 4 de agosto de 2020, uma pequena explosão que se acredita ter sido desencadeada por um incêndio em uma fábrica de fogos de artifício e provavelmente contendo outros materiais perigosos, provocou uma explosão maciça de um armazém contendo 2.700 toneladas de nitrato de amônio (transformação química) negligenciado na área portuária de Beirute, Líbano. Pelo menos 70.000 casas foram danificadas, muitas das quais não são mais habitáveis, deixando pelo menos 300.000 desabrigados. Este acidente matou pelo menos 220 pessoas e feriu mais de 6.000. A síndrome explosiva foi atribuída a uma gigantesca onda de pressão criada pela segunda explosão. A explosão de Beirute é considerada um dos maiores desastres industriais, ocupando o 3º lugar em gravidade.

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